Desde o início da pandemia do coronavírus, muitas prefeituras e empresas têm adotado o uso de estruturas (câmaras, cabines ou túneis) para desinfecção de superfícies e pessoas. Mas conforme a Anvisa alertou, em recente nota técnica, não há evidências científicas de que esses sistemas sejam eficazes no combate ao SARS-CoV-2. Além disso, a borrifação de saneantes sobre seres humanos pode causar lesões dérmicas, respiratórias, oculares e alérgicas.

Mas uma nova tecnologia, baseada na geração de ozônio em alta concentração através de recirculação e absorção pela água, desenvolvida pela Brasil Ozônio, de São Paulo, garante a ação da desinfecção sem riscos à saúde. “Logo após a aparição do Covid-19 na China, iniciamos o desenvolvimento do BRO3 INATIV, que permite a retenção do ozônio na água, em alta concentração, por maior tempo, sem desprendimento do gás, mas somente sua ação na desinfecção das superfícies em contato com essa água sanitizante”, conta Samy Menasce, CEO da Brasil Ozônio.

O equipamento está totalmente desenvolvido e em trabalho contínuo produz névoa com até 2 ppm de ozônio residual, podendo ser aplicado em túneis e por meio de mangueiras em ruas, trens, metrô, ônibus e equipamentos. Na primeira fase, os testes realizados pelo IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas comprovaram a destruição de 99,999% em bactérias. A segunda fase, que deve ser conduzida até o final do mês, compreende ensaios com a água ozonizada sanitizante em forma de névoa em ambientes com pessoas. Com a obtenção do certificado, a Brasil Ozônio iniciará a venda dos equipamentos. “Temos uma fila de empresas interessadas, mas só iremos comercializar após o laudo do IPT”, diz o executivo.

 Segundo ele, sistemas convencionais de geração de ozônio não são eficientes para esse tipo de aplicação porque somente a saturação da água recirculada não retém o ozônio em nível de concentração suficiente para realizar a desinfecção. “O gás está solto dentro da água. Na aplicação da névoa, o gás se desprende no ar e pode ser prejudicial a pessoas”, diz. Já no BRO3 INATIV, o ozônio é produzido em alta concentração (30 mil ppmv), recirculado sob pressão e absorvido antes de ser aplicado. Apesar das tecnologias adicionais, o BRO3 INATIV é compacto e móvel (0,95 m x 0,70 m x 1,25 m), podendo ser transportado facilmente nas instalações. A operação é automática e para funcionar bastam a alimentação elétrica (220 V) e uma mangueira de água. O sistema será fornecido em cinco modelos, com capacidades de desinfetar áreas de 48 a 1000 m2 em uma hora.

“A tecnologia é 100% limpa, tendo como matéria-prima o oxigênio extraído do ar ambiente (21%), o qual é concentrado (93%) e o único resíduo é o oxigênio”, diz. O custo operacional é o consumo de energia, que é baixo. Como o gás ozônio é gerado no próprio local da aplicação, não há necessidade de espaço de armazenagem.

Empresa da Incubadora USP/IPEN-Cietec, a Brasil Ozônio atua há 15 anos com a tecnologia de ozônio, para diversas aplicações, como tratamento de efluentes, água de chuva e de poços, reúso, gases tóxicos e odorosos, higienização e sanitização de alimentos, ambientes, autos e esterilização de matérias-primas. Tem mais de 3000 instalações de sistemas de ozônio no Brasil, Argentina e Peru. Já na época da Influenza (H1N1), a empresa desenvolveu um sistema móvel BRO3-HA3 de geração e transferência de ozônio para sanitização e desodorização de ambientes, a partir de ozônio em alta concentração, usado por grandes redes de hotéis e de transporte interestadual até hoje de forma intensiva. Entre as aplicações recentes estão as UBS e postos de atendimento em Criciúma, SC, em ação efetuada pela UNESC com equipamentos da Brasil Ozônio, assim como no laboratório Água Pura em Manaus, AM, onde trabalham mais de 200 pessoas. Com a chegada do Covid-19, o sistema foi então aprimorado, com o objetivo de torná-lo mais ativo.

Os produtos químicos hoje usados nas estruturas, como hipoclorito de sódio, dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio, quaternários de amônio, são aprovados pela Anvisa e eficazes para desinfecção exclusiva de superfícies, não de pessoas. “O desenvolvimento da Brasil Ozônio veio para preencher essa lacuna”, finaliza o CEO.



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