O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou o Ranking do Saneamento Básico 2020 – 100 Maiores Cidades do Brasil com base no SNIS 2018 - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, publicado anualmente pelo Ministério das Cidades. Segundo o estudo, 16,38% da população brasileira não tem acesso ao abastecimento de água (quase 35 milhões de pessoas); 46,85% não dispõem da cobertura da coleta de esgoto (mais de 100 milhões de pessoas); e somente 46% do volume gerado de esgoto no país é tratado. Considerando os 100 maiores municípios brasileiros por número de habitantes, o Ranking contempla mais de 40% da população brasileira e todas as capitais do país. Ao analisar os números desde 2011, é possível concluir que os indicadores avançaram, mas abaixo da velocidade que precisavam.

Os problemas da falta de esgotamento sanitário ainda são latentes no Brasil, sobretudo a coleta e o tratamento dos esgotos. O indicador médio de coleta de esgotos nos 100 maiores municípios foi de 73,30% em 2018, avanço tímido frente aos 72,77% verificados em 2017. No geral, os 100 maiores municípios possuem coleta de esgoto bastante superior à média do Brasil, que foi de 53,2%.

Sete municípios possuem pouquíssima coleta de esgotos - 0 a 20% e 19 cidades possuem menos de 40%. Metade da amostra (50 municípios) possui entre 81% e 100% de coleta. Os números mostram que os serviços de coleta de esgoto não estão perto de serem universalizados, como é o caso do atendimento de água.

Os maiores desafios na cobertura de coleta de esgotos ainda permanecem no Norte, seguido do Nordeste. Das 10 piores cidades neste indicador, nove são do Norte ou Nordeste, com destaques para as capitais Belém (13,56%), Manaus (12,43%), Macapá (11,13%) e Porto Velho (4,76).

O indicador médio do tratamento de esgotos nos 100 maiores municípios em 2018 foi de 56,07%; pequeno avanço em relação aos 55,61% de 2017. Segundo o SNIS, a média nacional foi de 46,3%, ou seja, as maiores cidades tratam, na média, mais esgotos que o país. No entanto, em ambos os casos, o indicador está baixo mostrando ser um dos maiores desafios a serem enfrentados.

Em contraste com os indicadores de atendimento da população com água tratada e coleta de esgotos, o tratamento dos esgotos, a distribuição das cidades mostra uma elevada concentração de cidades cujo tratamento não chega a 20% (19 cidades). 37 cidades tratam menos de 40% dos esgotos e apenas 26 municípios tratam 80% ou mais. O tratamento de esgotos é o que está mais longe da universalização, mesmo nos 100 maiores municípios do país em população.

Os baixos indicadores de esgoto tratado no Brasil afetam diretamente os ecossistemas pelo lançamento in natura dos esgotos sem tratamento. Córregos, rios, lagoas e praias têm a qualidade das águas comprometidas com a carga excessiva destes resíduos sem tratamento. São João do Meriti, RJ, e Governador Valadares, MG, têm índice 0 de esgoto tratado em relação à água consumida. Bauru, uma importante cidade no interior de São Paulo, tem somente 1,77%.

A situação mais positiva está em cidades de São Paulo e Paraná, com destaque para Piracicaba, com 100%, e Cascavel e Curitiba com 99,99%.

O acesso ao abastecimento de água tratada no Brasil é o que mais avanço historicamente, e mais ainda quando comparado ao esgotamento sanitário (coleta e tratamento de esgotos). O indicador médio nos 100 maiores municípios em 2018 foi de 93,31% da população; um retrocesso frente a 94,60% em 2017. A média desses maiores municípios é, portanto, superior à média brasileira que foi de 83,6%.

O indicador médio de perdas nas 100 maiores cidades foi de 34,40%, o que representa uma melhoria frente os 39,50% de 2017. Tal valor também é inferior à média nacional no SNIS 2018, que foi de 38,5%. Os pontos de máximo e mínimo correspondem, respectivamente às cidades de Porto Velho - RO (77,11%) e Santos – SP (14,32%).

Levantamento feito na série histórica entre 2014 e 2018 mostra que foram investidos R$ 22,141 bilhões em valores absolutos nas capitais, sendo que São Paulo - SP concentrou sozinha 47,7% desses investimentos (R$ 10,552 bilhões). Na sequência veio a cidade do Rio de Janeiro - RJ (R$ 1,73 bilhão) e Recife - PE (R$ 1,12 bilhão).



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