Small cells baseadas em FlexRAN


O artigo apresenta uma solução de small cells LTE desenvolvida pela empresa chinesa Baicells, baseada no design de referência do FlexRAN da Intel. Otimizada para serviços de acesso wireless fixo, a solução tem o objetivo de facilitar o caminho para o sucesso comercial de operadoras e provedores de Internet sem fio.


Baicells, Intel e QUBEE

Data: 10/09/2017

Edição: RTI Setembro 2017 - Ano XVIII - No 208

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Small preparadacell para acesso fixo sem fio: para o 5G

A indústria de acesso sem fio fixo (FWA Fixed Wireless Access) está passando por uma transformação da rede. Por isso, muitas operadoras estão assumindo o LTE como o novo padrão de fato, uma vez que é o único globalmente aceito, com amplo ecossistema e clara evolução para o 5G.

Entretanto, como é projetado, principalmente, para os requisitos da rede móvel, o LTE impõe vários desafios comerciais às operadoras de FWA, incluindo os custos gerais desnecessários da compra de sistemas e riscos financeiros, como os custos de aquisição de novo espectro. Isso levou algumas operadoras de FWA a diminuírem o ritmo de transição para o LTE, enquanto muitos o abandonaram e mudaram para soluções WiFi proprietárias, apesar da falta de um roteiro evolutivo como do LTE.

Devido aos requisitos do mercado e à necessidade de um design adaptável, foi desenvolvida a solução de small cells LTE baseada no design de referência do FlexRAN da Intel, otimizada para serviços de FWA. A solução pavimentará o caminho para o sucesso comercial das operadoras de FWA, bem como dos provedores de Internet sem fio.

Oportunidades e desafios

Há várias razões e vantagens pelas quais as operadoras de FWA escolheram o TD-LTE como o caminho para rearquitetar as suas redes, incluindo:

Fig. 1 - Solução de FWA baseada em smallcell do FlexRAN

Apesar das muitas razões convincentes em relação ao LTE, há vários obstáculos para as operadoras de FWA, incluindo:

Fig. 2 - Vendasde small cell (Fonte: Fórum Smallcell)

Small cell de FWA baseada no FlexRAN

Para combater os muitos desafios que as operadoras de FWA enfrentarão, o design do FlexRAN oferece uma plataforma ágil que permitirá maior flexibilidade e redução nos custos. As características abaixo mostram os componentes da rede que podem ser implantados como parte da arquitetura do FlexRAN.

eNodeB compacto

Núcleo da rede superleve

O design de referência do FlexRAN permite implantações adaptáveis do EPC virtual. Os gateways e EPCs podem ser centralizados, distribuídos ou até incorporados ao eNodeB que seja apropriado para os vários casos.

Fig. 3 - Eficiência de espectro. Dados coletados de 3GPP TR 36.819

A demanda empurra os custos para baixo

A small cell já é uma parte vital do ecossistema do LTE e terá um papel ainda mais importante nas futuras redes heterogêneas 5G. O mercado tem assistido a um grande crescimento de suas vendas e há previsão de expansão em futuro próximo (figura 2), o que deverá resultar na redução do custo por bit.

Total conformidade com os padrões 3GPP e otimizada para negócios de FWA

Interface padrão

Ao mesmo tempo, a solução de small cell do FlexRAN é otimizada para suportar os negócios de FWA, eliminando as funcionalidades e custos desnecessários de sistemas relacionados à mobilidade.

Benefícios comerciais da solução de small cell baseada no FlexRAN

Dados os muitos benefícios técnicos da instalação da solução de small cell FlexRAN, abaixo mostramos como a implantação de redes futuras sobre a mesma arquitetura pode ajudar nos aspectos comerciais das operadoras, enquanto aceleram o tempo para a chegada ao mercado.

Capacidade e redução de Capex

É bastante rentável para as operadoras iniciar ou expandir rapidamente os negócios de FWA, graças a recursos específicos da arquitetura do FlexRAN baseada em LTE, como veremos a seguir.

Conexões disponíveis para serviço de FWA

O modelo de tráfego do assinante FWA é totalmente diferente daquele dos assinantes móveis. As redes FWA exigem alta largura de banda a todo momento, mesmo com usuários limitados; enquanto o acesso sem fio móvel requer mais capacidade de simultaneidade de usuários ativos com largura de banda menor.

Normalmente, o pico de throughput de 20 MHz é de 110 Mbit/s e o do serviço popular de banda larga fixo é de cerca de 10 Mbit/s por usuário. A capacidade para 64 usuários ativos já é mais do que suficiente para uma operadora de 20 MHz. Esse é um requisito muito diferente do wireless móvel, onde são necessários 400 ou mais usuários ativos por carrier de 20 MHz.

Potência Tx razoável

O tradicional eNodeB macro serve principalmente a conexões de smartphone que tenham um ganho de antena de apenas 0 dBi ou até mesmo de -2 dBi. A potência necessária é maior para fornecer melhor cobertura interna. Por exemplo, um Tx de 60 W ou mesmo de 80 W é normal. Em contraste, uma vez que o FWA conecta principalmente CPE, o ganho de antena normal é de 5-11dBi. Não é necessária uma potência maior, o que significa que uma configuração de 2x10w eNodeB é adequada para o wireless fixo.

Remoção de canais Tx/Rx desnecessários

Há duas opções de canais Tx/Rx comumente comparadas, o 2T2R e 4T4R. Após extensas análises, comparações técnicas e testes de campo, os resultados mostram que há uma diferença marginal em termos de desempenho de cobertura e capacidade. Além disso, em redes comerciais FDD usa-se apenas o 2T2R, uma vez que não há qualquer diferença entre TDD e FDD. Ou seja, o 2T2R também é uma boa escolha para TDD. Veja a figura 3 com relação à eficiência espectral.

O ganho seria de menos de 20% na implantação real (ou seja, modo de tráfego não buffer total). Esse ganho poderia ser facilmente compensado com uma antena de maior ganho (4 dB adicionais). Além disso, o CPE de antena de maior ganho reduzirá a potência necessária pra o eNodeB, reduzindo também a interferência entre células.

Comparada com a solução 1 (4T4R com CPE de baixo ganho), a solução 3 (2T2R com CPE de alto ganho) tem a maior cobertura para DL e UL.

Fig. 4 - Escoamento (offload) do tráfego local (LIPA/SIPTO)

Núcleo da rede “superlight” baseado em SDN

Todos os sistemas EPC, NMS e BOSS baseiam-se em software, que pode ser executado em qualquer servidor comercial. A expansão da capacidade da rede pode ser tão fácil quanto acrescentar mais servidores sem interrupção do serviço.

Economia de Opex

Os requisitos de backhaul são bastante reduzidos com o breakout do tráfego local.

O tráfego e a sinalização de controle do LTE podem ser separados e o tráfego escoado diretamente para a Internet (figura 4). Isso reduzirá o custo de backhaul do eNodeB para o EPC e também o Opex.

Fácil implantação

O eNodeB integrado economizará a torre e evitar o aluguel de espaço. Em alguns casos, é possível economizar US$ 300 a 400/mês/site, que paga o investimento em tempo menor.

Fácil manutenção

O NMS é capaz de monitorar, controlar e modificar todos os elementos da rede, incluindo o núcleo, eNodeB e CPE. E ainda, o rastreamento da sinalização permitirá uma rápida solução de problemas, facilitando a manutenção e diminuindo o Opex.

VPN de camada 2 para mais oportunidades de negócios

Os recursos de camada 2 podem ser suportados com um cliente interno no CPE cooperando com um servidor integrado no EPC (centralizado ou distribuído), permitindo que as operadoras lancem com rapidez negócios L2 WBB para clientes corporativos.

Conclusão

Com base no design de referência do FlexRAN da Intel, a solução de small cell apresentada oferece uma solução inovadora de LTE fixo, que remove as barreiras técnicas e comerciais e pavimenta o caminho para o sucesso comercial das operadoras de FWA e ISPs sem fio. A arquitetura aberta também permite que se preparem para tecnologias futuras, incluindo o 5G.