Certificações para data centers


A certificação de um data center não é apenas um diferencial de eficiência, mas uma necessidade para empresas e seus clientes, garantindo confiabilidade e disponibilidade de suas operações. Ela será capaz de garantir a continuidade dos negócios e da prestação de serviços de companhias públicas e privadas. Utilizada para avaliar a qualidade e a eficácia de um produto ou serviço, a certificação deve ser emitida por um organismo independente, externo, de terceira parte.


Aceco TI

Data: 15/05/2017

Edição: RTI Março 2017 - Ano XVIII - No 202

Compartilhe:

A crescente demanda por data centers está atrelada a continuidade operacional e à qualidade no longo prazo (do projeto, construção, sustentabilidade e manutenção). Nesse caso, as certificações se tornam não apenas um diferencial de eficiência, mas uma necessidade para empresas e seus clientes, garantindo confiabilidade e disponibilidade em suas operações. Assim como a infraestrutura e processos seguem normas de padrões internacionais, a certificação de pessoas é essencial para obtermos resultados e lidarmos com as mais diversas ocorrências.

Em meio a processos carregados de características técnicas, a certificação de um data center vai além, justificando-se não só tecnicamente, mas também por garantir a continuidade dos negócios e da prestação de serviços de empresas públicas e privadas.

Utilizada para avaliar a qualidade e a eficácia de um produto ou serviço, a certificação deve ser emitida por um organismo independente, externo, de terceira parte. Ainda, para garantir a idoneidade do órgão certificador, este deve ser acreditado por um membro do IAF – International Accreditation Forum, órgão que agremia acreditadoras, para que tenha validade e reconhecimento internacional, técnico e jurídico.

E como isso funciona?

Devido à relevância e impacto, não poderia ser algo básico e, de fato, não é. Órgãos regulatórios como ABNT, Inmetro, ECB-S e DAKKS realizam testes minuciosos (para controle, aferição de qualidade, certificação de produto e acreditação de data centers com salas-cofre) com o objetivo de garantir que esses “produtos” cumpram diligentemente o fim para o qual foram projetados, ou seja, armazenar e preservar o hardware com informações cruciais para a continuidade dos negócios.

No caso de um incêndio, por exemplo, tais testes e normas de certificação verificam não apenas a resistência ao fogo, calor, penetração de água e gases corrosivos, mas a capacidade de proteção de dados no interior do data center. Alguns ambientes autodesignados “salas seguras” apresentam paredes corta- fogo, porém sua infraestrutura não foi devidamente testada, por exemplo, para garantir a resistência ao calor limite de 75oC ou a umidade máxima associada ao calor de 85%, ocasionando a deformação dos portadores de dados - discos rígidos, memórias sólidas, fitas de back up e circuitos internos dos equipamentos de TI - e a perda da informação armazenada.

Em um outro patamar de certificação, organismos como o Uptime Institute certificam a infraestrutura e os níveis de redundância de elementos críticos ao funcionamento de um data center, como sistemas elétricos e de climatização, atenuando o risco de falhas, desde a fase de projeto e construção até a sua manutenção. Quanto maior o nível, ou o Tier, maior a proteção e as redundâncias para evitar falhas, permitir a manutenção concorrente e preservar os níveis de redundância em caso de contingência. O Uptime Institute também certifica pessoas, atestando capacidade e conhecimento no desenvolvimento de projetos de data centers de alta disponibilidade: ATD - Accredited Tier Designer, para profissionais licenciados, e ATS - Accredited Tier Specialist, para proprietários e operadores.

Além dos órgãos que atestam a disponibilidade, como os mencionados anteriormente, outros, como LEED, BREEAM e CEEDA na Europa e Américas, certificam a sustentabilidade de um data center. Para isso, a infraestrutura deve proporcionar eficiência energética (redução do consumo de energia) e apresentar um planejamento adequado para outros componentes como economia de água e reúso, saúde e bem-estar, controle de poluição, transporte, reciclagem de materiais e resíduos, ecologia e processos de gestão.

Com tantos pontos a serem analisados, surge o questionamento: todo esse árduo trabalho e o investimento aplicado se justificam? A resposta é sim. Basta calcularmos o custo de longo prazo de uma operação desequilibrada energeticamente, o Opex, os prejuízos em cadeia causados por uma parada não programada, a insatisfação de clientes, o dano à reputação da empresa e tantos outros itens, que entenderemos que as certificações são a melhor garantia na preservação do investimento realizado por empresas públicas e privadas e para seus clientes.

Portanto, por mais trabalhoso que possa ser o processo de certificação de data centers, desde a fase de projeto e construção, até a manutenção, fazê-lo trará a tranquilidade de operar em um ambiente seguro e resistente a falhas, permitindo que o cliente dedique esforços ao que é inerente ao seu core business, tendo resultados efetivos para os seus negócios ou na prestação de serviços essenciais. Por isso, é de suma importância contar com parceiros que realmente compreendam todo o processo e entreguem essa tranquilidade.