Prêmio Eletricidade 2018 aponta as melhores distribuidoras brasileiras


Elaborada por meio da confrontação de informações fornecidas pelas próprias empresas, a pesquisa registra o desempenho e a evolução das distribuidoras quanto a indicadores de qualidade da distribuição de energia e de seus processos de gestão comercial, de engenharia e de operação. Esta é a 22 a edição do levantamento que se tornou referência no setor elétrico. Veja, nas páginas seguintes, como as empresas se saíram na comparação.


Redação de EM

Data: 24/09/2018

Edição: EM Setembro 2018 - Ano 46 - No 534

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São acompanhados neste levantamento os esforços de concessionárias de distribuição de eletricidade em busca da excelência no fornecimento de energia e no atendimento ao cliente — aspectos essenciais para cativar e conquistar consumidores, sobretudo nestes tempos em que o mercado de energia elétrica vive profundas transformações.

A fundamentação técnica da pesquisa e seu processamento são realizados pelo engenheiro consultor Luiz Carlos Schneider, parceiro de EM nessa iniciativa (veja comentários do especialista na pág. 29). O ponto de partida para a elaboração do ranking é um questionário, enviado a todas as empresas brasileiras de distribuição de energia elétrica, solicitando-lhes dados relativos à qualidade dos serviços prestados, referentes aos dois exercícios anteriores ao corrente (neste caso, 2016 e 2017).

Informações coletadas

“Prêmio Eletricidade” segue uma metodologia baseada nos indicadores definidos a seguir.

Metodologia de classificação

Cada indicador é transformado em uma nota, e o conjunto dessas notas vai compor quatro notas ge-rais, relativas às perdas de energia e às três macrofunções da atividade de distribuição de energia elétrica — comercialização, engenharia e operação. Para cada empresa, portanto, são calculadas uma Nota de Perdas, uma Nota Comercial, uma Nota de Engenharia e uma Nota de Operação. Estas, por sua vez, são usadas para calcular uma Nota Final, que determina o posicionamento relativo da distribuidora no ranking do “Prêmio Eletricidade”. A metodologia é descrita a seguir.

Transformação dos indicadores em notas

Quando foi realizada a pesquisa para o “Prêmio Eletricidade 1998”, solicitou-se às empresas que sugerissem valores que considerassem ideais, porém factíveis, para cada indicador. Com esses números ideais, definiu-se uma “empresa modelo”, paradigma das distribuidoras de eletricidade brasileiras.

Essas sugestões, juntamente com os dados reais coletados, também permitiram quantificar os indicadores representativos do que seria uma “empresa média”.

Os indicadores das empresas “modelo” e “média”, assim definidos, estão aqui apresentados na tabela 1. Os números dessa tabela constituem as referências para a composição do ranking, formando a base do sistema de pontuação — os da empresa modelo são a referência para a nota 10; e os da empresa média, referência para uma nota que se convencionou fixar em 8,5. Assim, a nota de uma empresa, para um determinado indicador, é calculada considerando-se a variação linear entre o número da empresa ideal, a que se atribui nota 10, e o da empresa média, nota 8,5.

Por exemplo, a “nota de DEC” de uma empresa com um DEC real de 11 horas, considerando variação linear entre o DEC da empresa modelo (5 horas, nota 10) e o da empresa média (17 horas, nota 8,5), seria:



Eventualmente, o indicador de uma empresa pode estar tão distante dos indicadores referenciais que sua nota pode tornar-se negativa. Nesses casos, a nota atribuída é zero. Por outro lado, caso o indicador da empresa pesquisada seja melhor que o da empresa modelo, o que teoricamente resultaria em uma nota superior a 10, a nota fica sendo mesmo 10, a nota máxima.

Notas gerais e nota final

A Nota Final (NF) é obtida pela média das quatro notas gerais que a empresa obteve na normalização de seus indicadores:

onde:
NP = nota de perdas;
NC = nota comercial;
NE = nota de engenharia; e
NO = nota de operação.

Nota de perdas (NP) – É obtida pela normalização do indicador de perdas.

Nota comercial (NC) – É determinada pela expressão:

onde:
NRCO = nota referente ao indicador de reclamações comerciais;
NCRF = nota referente ao indicador de contas refaturadas;
NCGA = nota referente ao indicador de ciclo de faturamento dos consumidores do grupo A; e
NCGB = nota referente ao indicador de ciclo de faturamento dos consumidores do grupo B.

Nota de engenharia (NE) – Calculada por meio da expressão:



onde:
NATR = nota referente ao indicador de unidades transformadoras avariadas;
NRTE = nota referente ao indicador de reclamações de tensão; e
NEPR = nota referente ao indicador de eficácia de projeto.

Nota de operação (NO) – A expressão do cálculo da nota é:

onde:
NDEC = nota referente ao indicador de DEC;
NFEC = nota referente ao indicador de FEC; e
NTMAE = nota referente ao indicadode TMAE.

Agrupamento das empresas

Para garantir uma base mais homogênea à comparação, as empresas participantes são divididas em grupos. O objetivo é reunir e comparar empresas que tenham perfis e desafios semelhantes. Os três grupos são:

O ranking aponta a melhor empresa nacional (de maior nota final) e a empresa com maior evolução (dos indicadores em relação ao ano anterior), de cada um dos três grupos. Além disso, são ainda premiadas as distribuidoras que se destacaram, nacionalmente, em cada grupo, em função das maiores notas de perdas, comercial, de engenharia e de operação, individualmente.

Resultados

A tabela 2 lista as 15 empresas de características estaduais que responderam à pesquisa deste ano, com os dados de mercado fornecidos por elas.

As tabelas 3 e 4 mostram os indicadores informados por essas empresas, ao lado das notas calculadas a partir deles, da seguinte forma: os números relativos a perdas e a gestão comercial estão na tabela 3, e os relacionados a engenharia e a operação, na tabela 4. É destacada, em cada um dos quatro processos, a empresa com a melhor nota.

A tabela 5 traz a nota final de cada companhia, composta por suas notas de perdas, comerciais, de engenharia e de operação, nota esta que permite apontar, então, a melhor empresa estadual, a qual se destaca na tabela. É ainda mostrada nessa tabela 5 a evolução das empresas (percentuais de crescimento ou recuo em suas notas, de 2016 para 2017), destacando-se a que melhor evoluiu.

Exatamente o mesmo procedimento é usado para apresentar os resultados do grupo das sete empresas médias que responderam à pesquisa, as quais estão listadas na tabela 6 com os dados de seus respectivos mercados. A tabela 7 mostra os indicadores e notas de perdas e de gestão comercial, a tabela 8 os números de engenharia e de operação, e a tabela 9 as notas finais e de evolução, todas com os devidos destaques paras as companhias com melhor desempenho.

Por fim, a tabela 10 lista as sete empresas menores (menos de 40 mil consumidores) que enviaram informaçoes para o ranking, e os dados de mercado fornecidos. Seus indicadores e notas parciais, notas finais e evolução estão apresentados nas tabelas 11 a 13.

Na página 29, um boxe assinado pelo consultor Luiz Carlos Schneider, responsável técnico pela pesquisa, aponta as distribuidoras contempladas com o “Prêmio Eletricidade 2018” e as melhor classificadas por especialidades, nos três grupos de empresas.

PRÊMIO ELETRICIDADE 2018

Resultados e observações


Pelo 22o ano consecutivo, desenvolvemos a realização da pesquisa do ranking das distribuidoras de eletricidade do Brasil, para determinarmos o “Prêmio Eletricidade”, editado pela revista Eletri­cidade Moderna. Contamos desta vez com a participação de 29 empresas do setor, cujo número mostra, mais uma vez, o interesse dos operadores. Observa-se também a continua concentração do setor. A CPFL, por exemplo, unificou cinco distribuidoras para otimizar custos, reunindo na Santa Cruz a Jaguari, Mococa, Leste Paulista e Sul Paulista.

Com essas alterações, temos quinze empresas de características estaduais, sete empresas médias e sete empresas menores.

No grupo das empresas estaduais, a líder, mais uma vez, foi a CPFL Piratininga, que atingiu 8,79 pontos. A empresa que teve a maior evolução este ano foi a Eletrobrás Amazonas, que cresceu 0,21 ponto, embora sua nota final tenha sido a mais baixa do grupo, sobretudo por causa do baixíssimo desempenho em perdas (43,67% em 2017). Como melhores desempenhos por especialidades, tivemos:

  • Perdas: Copel – nota 7,93
  • Comercial: CFPL-Paulista, - Piratininga e -RGE Sul – nota 9,70
  • Engenharia: Cosern – nota 9,50
  • Operação: CPFL-Piratininga – nota 9,03

Entre as empresas médias, a líder se repete: Energisa Borborema, que registrou 9,44 pontos. A empresa que teve a maior evolução do ano passado para este foi a Energisa Nova Friburgo, com 0,20 ponto, e atingindo nota final de 9,41. Nas especialidades, tivemos as seguintes maiores notas:

  • Perdas: Energisa Borborema – nota 9,43
  • Comercial: Energisa Nova Friburgo – nota 9,81
  • Engenharia: Boa Vista – nota 9,81
  • Operação: Energisa Borborema – nota 9,59

No grupo das empresas menores, a líder foi a Hidropan, que atingiu a nota de 9,31 pontos. A melhor evolução no grupo foi da Eletrocar, que agregou 1,64 ponto, tendo atingido nota final de 8,17. Nas especialidades, tivemos as seguintes notas máximas:

  • Perdas: Hidropan – nota 8,77
  • Comercial: Hidropan – nota 9,41
  • Engenharia: João Cesa – nota 9,55 João Cesa e Mux Energia – nota 10,00
  • Operação:
Luiz Carlos Barnetche Schneider Consultor em Gestão de Processos Agosto de 2018