BYOD - Bring Your Own Device


O conceito de BYOD – Bring Your Device obrigará as empresas a priorizarem investimentos em soluções que fortaleçam as capacidades de gestão e segurança da rede. Será necessário ir além da simples conectividade para lidar com o registro dos dispositivos, perfil onboarding, gestão baseada em políticas e aplicação das políticas. A automação também desempenhará um papel importante à medida que a rede é expandida.

Data: 26/10/2016

Edição: RTI Outubro 2016 - Ano XVI - No 197

Compartilhe:

Fig. 1 - Política corporativa dos dispositivos de ponto terminal. A mudança do dispositivo da empresa para dispositivo do funcionário

Empresas de todos os tamanhos são afetadas pela consumerização de TI: motivada pelo os smartphones, laptops e tablets. Os funcionários trazem seus próprios dispositivos para o local de trabalho e as companhias são forçadas a lidar com um volume cada vez maior de dispositivos sem fio no local de trabalho, muitos dos quais não autorizados.

Enquanto se esforçam para entender o impacto dos novos dispositivos, as empresas também trabalham na adoção dessas novas tecnologias. Na verdade, um estudo da ESG – Enterprise Strategy Group revelou que 32% das empresas ouvidas já utilizam um modelo híbrido, em que a TI fornece dispositivos para os funcionários que desejarem, mas também suporta terminais externos para aqueles que preferem usar um aparelho de sua escolha (figura 1). Num futuro próximo, espera-se que o percentual de empresas adotando essa abordagem alcance 55%. Por outro lado, menos de 22% deverá manter a proibição de uso de todos os dispositivos não aprovados pela TI.

O que começou como uma iniciativa de trazer seu próprio dispositivo, ou BYOD (Bring Your Own Device), mudou para BYO3 ou mais, uma vez que os funcionários (e estudantes) têm agora vários dispositivos móveis, incluindo smartphones e tablets. Essa lista aumenta nas universidades, com aparelhos para jogos que exigem acesso sem fio, enquanto os hospitais habilitam diversos dispositivos médicos sobre WLANs. Como resultado, as redes estão sendo inundadas por aparelhos solicitando acesso e as organizações precisam estar aptas a manipular o influxo com segurança e confiabilidade. As equipes de rede e segurança têm de avaliar novos riscos e implementar novos sistemas de controle.

Na verdade, a pesquisa da ESG indica que muitas empresas estão priorizando investimentos em soluções que fortaleçam as capacidades de gestão e segurança da rede (figura 2).

O conceito BYOD forçará as organizações a terem mais visibilidade e controle na borda. Será necessário ir além da simples conectividade para lidar com o registro dos dispositivos e seus perfis, onboarding, gestão baseada em políticas e a aplicação delas. A automação também desempenhará um papel importante à medida que a rede é expandida.

Serviços de saúde e ensino superior

Fig. 2 - Áreas para investimentos em infraestruturas de rede

Os ambientes BYOD são predominantes nas áreas de saúde e ensino superior. No entanto, há uma enorme diferença na forma de implantação. No segmento de saúde a conformidade é muito importante e as empresas podem tirar proveito de diferentes estratégias para abordar a questão do BYOD. Como exemplo, para melhorar o controle e segurança dos dados, um hospital pode implantar um ambiente de desktop virtual, enquanto uma universidade pode optar por oferecer suporte aos dispositivos naturalmente. Independentemente do método, esses ambientes, normalmente, vão exigir zonas de segurança diferentes e uma abordagem orientada por políticas e baseada em contexto, levando em conta a solicitação de informações pelo indivíduo e até a sua localização.

Desafios das redes usadas no campus

A adição de mais usuários móveis sem fio a uma rede parece ser uma tarefa simples, mas se forem considerados os desafios existentes na rede de um campus, a tendência de BYOD pode destruir um ambiente já submetido a grande esforço. As redes dos modernos campi também precisam lidar com o aumento repentino de novos aplicativos com alta demanda de largura de banda, maior número de dispositivos e, de forma geral, mais dados sendo transmitidos através do campus. Para suportar o tráfego crescente, as empresas estão adotando medidas para atualizar as respectivas redes com fio. Na verdade, a figura 3 revela que 79% das empresas declararam já ter padronizado suas redes para 10 GbE. Mais de 60% dos entrevistados atribuíram a mudança para o 10 GbE por causa do aumento dos aplicativos com alta demanda de largura de banda e/ou dispositivos de ponto terminal, sendo este último atribuído às iniciativas BYOD.

Além de maior largura de banda, as empresas precisam se preocupar com:

Nas iniciativas de BYOD, as empresas podem usar inúmeras abordagens. Muitas, por exemplo, escolhem controlar o acesso adotando o registro dos usuários móveis por meio de uma página da web para obter o acesso à rede. Esta, então, fornecerá o acesso a serviços com base em política e função. Outras preferem centralizar os aplicativos de desktop e implantar um desktop virtual para os usuários em locais corporativos, como call centers, ou até mesmo para usuários remotos nas residências. Cada vez mais as empresas estão usando soluções de gestão de dispositivos móveis (MDM – Mobile Device Management), com o objetivo de controlar o conteúdo de um dispositivo (por exemplo, apagar remotamente o dispositivo se tiver sido perdido ou roubado). Isso pode trazer desafios adicionais de gestão, segurança e até mesmo de infraestrutura. As empresas precisam adotar uma abordagem unificada para ampliar as soluções de gestão, infraestrutura e capacidades existentes.

BYOD em uma abordagem holística

Ambientes dinâmicos e altamente virtualizados exigem conectividade de rede sem bloqueio any-to-any para lidar com a demanda de deslocamento e atender as exigências de desempenho fim a fim. Isso equivale a uma arquitetura “network fabric”, composta de soluções de hardware e software para redes de alto desempenho. Geralmente alinhada com os data centers, essa topologia precisa cobrir o ambiente do campus. A rede any- to-any vai além de host para host ou host para armazenamento e se estende até os usuários finais, acessando aplicativos e recursos no data center ou fora na nuvem.

Fig. 3 - Padrões das redes de campus

Ao criar uma arquitetura que oferece ao usuário o acesso a qualquer aplicativo, as organizações podem rapidamente se adaptar à variabilidade das necessidades de negócios. Considerando o ritmo dos negócios, muitas companhias não podem esperar para que a equipe de rede reconfigure a infraestrutura ou aguardar a implantação de novas tecnologias para lidar com a solicitação de um serviço. As empresas devem considerar:

Os principais componentes de uma solução de BYOD incluem:

É importante ainda oferecer:

A consumerização de TI não mostra sinais de queda. As iniciativas BYOD estão rapidamente se tornando BYO3, com a ampliação do uso de smartphones e tablets. Cresce também a inclusão de dispositivos não tradicionais, à medida que a Internet das coisas passa a ser uma realidade. Enquanto a disponibilidade de múltiplas ferramentas é vantajosa para os funcionários, isso cria desafios significativos. Considerando a dimensão e o escopo de BYOD, não é recomendável que sua abordagem seja feita de forma gradativa. Devido ao impacto e ameaças de segurança na rede, as organizações devem adotar uma abordagem mais estratégica e, embora ela possa variar, está claro que a infraestrutura subjacente precisa ser capaz de rapidamente se adaptar a diferentes demandas e fornecer conectividade any-to-any. Isso deverá incluir a capacidade de entregar aplicativos aos usuários finais nos dispositivos móveis. Logo, as soluções devem incorporar os ambientes de data center e campus, tanto com fio quanto sem fio.