Após a iniciativa de Rodrigo Magnabosco, coordenador do curso de Mestrado em Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP), de produzir itens impressos em 3D em sua própria residência, a faculdade também adotou a produção de máscaras tipo face shield. Os técnicos de laboratório da FEI estão em revezamento no campus para gerir a produção dos escudos faciais, que está em torno de 20 unidades por dia.

 

Para o aumento dessa produção, o centro universitário criou uma parceria com a Abinfer (Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais) que utilizará a técnica de injeção no lugar de impressão 3D, ao passo que a FEI utilizará seu equipamento de corte a laser para moldar as placas transparentes que são utilizadas no conjunto. A previsão é que essas medidas elevem a produção para 6.500 peças por dia.  “A Abinfer enviará os EPI’s para o Ministério da Saúde para distribuição, mas nós também estamos em contato com prefeituras da região do ABC, Incor e entidades carentes para fazer essa doação”, informou Magnabosco.

 

Ainda segundo o coordenador, há dificuldade em encontrar as matérias-primas para acelerar a produção, tais como filamentos para impressão 3D de ABS, PLA ou PETG, destinados à fabricação dos arcos, além das lâminas de acetato cristal, com 0,5 mm de espessura, para os escudos. Por este motivo a instituição está aberta a parcerias com todos que queiram colaborar, sendo empresas ou não, que se interessem em doar matéria-prima ou colocar seu equipamento à disposição. Além disso, o Centro Universitário FEI tem apoiado e fomentado outras iniciativas que tem como objetivo, por exemplo, auxiliar na gestão de MEIs (Microempreendedores Individuais), micros e pequenos negócios.

 

O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), que também doará máscaras de fabricação própria a hospitais da região, lançou o "Desafio Acadêmico Mauá contra o Coronavírus", um projeto aberto à comunidade em geral, que tem o intuito de promover a busca de soluções frente à crise gerada pelo novo coronavírus.
O desafio visa fomentar estudos, análises e soluções para problemas e necessidades que surgiram neste período de pandemia.

 

Segundo Claudia Facca, coordenadora do curso de Design do Instituto Mauá de Tecnologia, os materiais plásticos podem ajudar neste momento, pois são um dos recursos disponíveis mais amplamente, especialmente quando utilizados como matéria-prima nos filamentos para impressão 3D (como o PLA, ABS, PETG entre outros). Para ela, nesse momento de urgência na busca por soluções rápidas para suprir as necessidades dos profissionais de saúde, os equipamentos de impressão 3D, inicialmente em pequena escala, estão conseguindo produzir com sucesso EPIs enquanto a indústria se reorganiza para atender às mesmas demandas em larga escala. 

 

Facca menciona ainda que o desenvolvimento de novos materiais, mesmo em um estágio preliminar ou em fase conceitual, também é uma forma de inovar. Cada participante poderá enviar quantas propostas desejar, em formato de texto, infográfico, desenho livre ou digital, de forma explicativa e clara, sendo necessário que ao menos um membro da equipe seja estudante ou colaborador do IMT. Os interessados de fora da instituição podem entrar em contato pelo e-mail desafiocoronavirus@maua.br para participar do projeto.

 

Foto: Produção de máscaras tipo face shield pelo Centro Universitário FEI. Fonte: FEI 

 

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